A grande e honrosa tarefa que Deus reservou para os pais é a de prover e educar os seus filhos.
Os pais
são cooperadores de Deus na maior de todas as missões, gerar os filhos de Deus,
à sua imagem e semelhança. Nada pode se igualar à sublimidade desta obra.
Se é
importante e digno produzir os bens que utilizamos: casas, roupas, móveis,
alimentos, etc., quanto mais digno e nobre é dar a vida a novos seres humanos
virtuosos! Uma só vida humana vale mais do que todo o universo material, pois
nada disso tem uma alma imortal, imagem e semelhança do próprio Deus.
Por ser
muito grande a missão dos pais, Deus lhes cobre de glória, e obriga os filhos a
honrá-los. É impressionante notar como Deus exalta a figura dos pais, em face
da sua missão importantíssima de dar aos filhos educação e formação, sobretudo
religiosa.
O
destaque aos pais começa pelo fato de um dos Mandamentos, o quarto, ser
dedicado a eles: “Honrar pai e mãe”.
“São
Paulo nota que “este é o primeiro mandamento que vem acompanhado de uma
promessa: ” Honra teu pai
e tua mãe, a fim de que sejas feliz e tenhas larga vida sobre a terra” (Dt
5,16; Ex 20,12; Ef 6,2).
Honrar
quer dizer externar publicamente reconhecimento de virtude e hombridade;
reconhecer publicamente a dignidade…
Todo o
capítulo 3 do Livro do Eclesiástico mostra a importância dos pais na vida dos
filhos, a importância da autoridade que Deus lhes confiou e a necessidade dos
filhos lhes obedecerem.
“Ouvi, meus filhos, os conselhos de
vosso pai, e procedei de sorte que sejais salvos” (Eclo 3,2).
O filho
que desprezar esses conselhos corre o risco de se perder nos caminhos perigosos
da vida. Muitos jovens se tornaram escravos dos vícios, da droga, do crime, da
prostituição, e de tantos outros males, porque não ouviram os conselhos do seu
pai. Outros se perderam porque os seus pais não lhes deram esses conselhos…
A
autoridade dos pais vem de Deus; essa autoridade não é usurpada, nem falsa, é
autêntica. Jesus disse a Pilatos que “toda autoridade vem de Deus” (Jo 19,11).
“O que honra seu pai encontrará alegria
nos seus filhos, e será atendido na sua oração” (Ecl 3,5 e 6).
Quem não
deseja encontrar alegria em seus filhos? Quem não deseja ser atendido por Deus
em sua oração?
Pois
bem, essas são promessas que Deus faz aos filhos que honrarem os seus pais.
“O que honra seu pai viverá uma vida
larga; e consola sua mãe quem obedece a seu pai” (Ecl. 3,7).
Esta
“vida larga”, para os judeus era sinal da bênção; significa, pois, uma vida
abençoada por Deus.
“Honra teu pai por ações, por palavras
e com toda a paciência, para que venha sobre ti a sua bênção, e esta bênção
permaneça contigo até ao fim” (Ecl., 3, 9-10).
Diz
ainda o Eclesiástico que:
“A
benção do pai fortifica as casas dos filhos, e a maldição da mãe as destrói
pelos alicerces” (Ecl. 3,11).
Quantos
filhos ofendem os seus pais por palavras: ofensas, zombarias, palavrões!… A
benção dos pais para os filhos não é mera formalidade social ou tradicional;
mas é benção do próprio Deus para os filhos “através” dos pais. Urge, portanto,
resgatar o salutar costume: “A benção pai!”
− “Deus te abençoe meu filho!”
“Filho, ampara a velhice de teu pai, e
não o entristeça durante a sua vida” (Ecl. 3-14).
O
cuidado com os pais deve ser esmerado, sobretudo na velhice. De fato é incômodo
cuidar dos velhos, doentes, às vezes ranzinzas. Mas é nesta hora, sobretudo,
que se prova o amor dos filhos por eles.
“Se a inteligência lhe for faltando,
suporta-o, e não o desprezes, por teres mais vigor do que ele; porque a
caridade exercida com eu pai não ficará no esquecimento.” (Ecl. 3,15).
Eis uma
realidade: os pais também têm defeitos. Mas Deus quer recompensar ricamente o
filho que, com paciência, suporta esses defeitos e, assim mesmo, honra os pais.
Se esses são difíceis, intolerantes, cheios de manias, maior será o mérito do
filho diante de Deus, por ter honrado um pai ou uma mãe tão difícil.
Deus
sabe que há pais terríveis: bêbados, drogados, criminosos, adúlteros, etc… É
por isso mesmo que Ele oferece aos filhos três belas recompensas (cf. Eclo 3,
16) para aqueles que, na caridade e na paciência, por amor a Deus, os
suportarem, mesmo com os seus defeitos.
Quanto
mais difícil for para amar e honrar o pai, por causa dos seus defeitos, tanto
mais terá méritos diante de Deus e tanto mais será recompensado e abençoado aquele
(a) que assim proceder.
“Observa, meu filho, os preceitos de
teu pai, e não abandones a lei de tua mãe… Quando andares, eles te acompanhem;
quando dormires, eles te guardem; e quando acordar, fala com eles” (Pr
6,20-22).
“Um filho sábio é atento aos
ensinamentos do seu pai; o que, porém é mofador, não faz caso quando é
repreendido” (Pr 13,1).
“O homem justo será saciado de bens
pelo fruto da sua obra; porém a alma dos prevaricadores é cheia de iniquidade”.
(Pr 13, 2).
Feliz dia dos Pais