segunda-feira, 1 de agosto de 2011

Belém de São Francisco: Onze detentos fugiram

Onze detentos fugiram na tarde desse último sábado (30), da cadeia pública de Belém de São Francisco, no Sertão de Pernambuco. A fuga aconteceu após a realização de um culto evangélico na unidade.

De acordo com informações da Polícia Militar, um dos detentos aproveitou a saída dos evangélicos e com um revólver calibre 38, rendeu um Cabo da Guarda da PM que estava no local. Os presos conseguiram fugir levando um fuzil Fal calibre 762, dois musquefal e três pistolas .40 de uso exclusivo da polícia.

Até agora nenhum detento foi recapturado. As buscas estão sendo realizadas através do Serviço de Inteligência da Polícia Militar com o apoio da Ciosac, da 1ª Companhia de Polícia de Belém de São Francisco, e do Gati de Salgueiro, Cabrobó e Petrolândia.

A Cadeia Pública de Belém de São Francisco tem capacidade para quarenta presos e estava com setenta presos na hora da fuga.

Ressocialização de presos e penas alternativas

A revista "Época" desta semana trata da ressocialização de presos e ex-presidiários e das medidas que buscam descongestionar o sistema carcerário brasileiro, diante dos limites para reduzir a criminalidade com prisões.

A reportagem cita como exemplo o trabalho de um brasiliense, ex-presidiário, que, aos 39 anos de idade e em regime de prisão aberto até 2014, emprega numa chácara dez ex-presidiários no reaproveitamento de material de construção.

“Não conseguimos diminuir o nível de criminalidade com prisões”, diz o juiz federal Erivaldo Ribeiro dos Santos, coordenador nacional dos mutirões carcerários, iniciativa do Conselho Nacional de Justiça (CNJ).

Santos foi vencedor em 2010 do Prêmio Innovare, pela criação do programa Começar de Novo.

“A prisão é um mal necessário. Porém, mais mal do que necessário”, diz à revista o ex-ministro da Justiça Márcio Thomaz Bastos, presidente do Conselho Superior do Instituto Innovare.

Segundo Thomaz Bastos, a prisão é o desfecho de 90% das condenações penais no país. Estudos mostram que pelo menos 20% dos presidiários (100 mil pessoas) poderiam cumprir a pena fora da cadeia.
Hoje dominadas por facções criminosas, as prisões brasileiras não funcionam como medida corretiva. Os índices de reincidência alcançam níveis de até 70%, revela a revista.