segunda-feira, 17 de maio de 2010

Protocolo para Classificação do Perfil dos Presos


O clima de tensão se instalou no Aníbal Bruno na última terça-feira, quando foram ouvidos tiros e, ao final, três homens terminaram feridos à bala. O tumulto teria começado durante uma briga entre os internos. Para tentar conter os ânimos da comunidade carcerária, a direção determinou a transferência de 40 deles para duas unidades penais do estado, entre eles a de Antônio Luiz Cabral, o Tonho da Moto, preso apontado como líder da milícia que, segundo denúncias de familiares de detentos, aterroriza a unidade, com ameaças, espancamentos e cobranças irregulares.

Na ocasião, três presos foram alvejados, sendo um na cabeça, outro no braço e o terceiro no pé. A Secretaria de Ressocialização (Seres) está apurando para saber de onde partiram os tiros, já que o Batalhão de Choque garante que usou apenas armas não-letais. Na última quinta-feira, à noite, um novo movimento que se prolongou na madrugada. Dessa vez, 21 feridos e três mortes foram registradas. Segundo o secretário de Ressocialização, Humberto Viana, todosforam mortos com armas brancas. Novamente, 32 transferências foram autorizadas para acalmar a população do presídio.

Fontes do Aníbal Bruno disseram que a última rebelião foi motivada por um acerto de contas entre os presos. Estimulados por um agente penitenciário, dois presos teriam obrigado outro detento a fazer denúncias na imprensa contra a direção do presídio. Segundo as informações, a direção da unidade estaria guardando armas de Tonho da Moto. Os detentos teriam discordado do teor do que foi veiculado na imprensa e partido para a vingança. Essa versão foi confirmada pelo diretor Geraldo Severiano ontem, durante a conversa com as mulheres. "Vieram atrás dos três presos que mentiram para a imprensa", disparou.

Após essa rebelião, na última sexta-feira, o governo do estado anunciou um plano para o sistema carcerário. A ideia é aplicar em Pernambuco um modelo que já vem funcionando nas unidades prisionais dos Estados Unidos, chamado Protocolo para Classificação do Perfil dos Presos do Sistema Penitenciário, onde o detento é submetido à avaliação psicológica e classificado como de alta, média ou baixa periculosidade. O modelo deve ser implantado este ano.
Leia mais aqui