sexta-feira, 16 de agosto de 2013

Classes responsáveis pela segurança pública entregam pauta ao Governo




    A insatisfação de parte das classes responsáveis pela segurança pública do Estado foi exposta à população durante uma passeata que aconteceu na tarde desta quinta-feira. Policiais civis, militares e penitenciários se reuniram e seguiram em direção à sede provisória do Governo de Pernambuco, no Centro de Convenções (Cecon), em OIinda, na Região Metropolitana do Recife (RMR), onde uma comissão formada por cinco manifestantes foi recebida pela gestão. Entre os pontos, as categorias reclamam de perdas salariais e das condições de trabalho. Aproximadamente 1,2 mil pessoas participaram do movimento.
O ato, que seguiu pela Avenida Agamenon Magalhães, deixou o trânsito complicado no sentido Boa Viagem - os integrantes caminharam na contramão do fluxo de veículos. Um bloqueio foi montado na altura do Shopping Tacaruna, por volta das 18h, o que obrigou os motoristas a seguirem ao Centro pela avenida Cruz Cabugá. Agentes da CTTU e do BPtran monitoraram o tráfego na via. Em frente à sede provisória do Governo, cerca de 30 seguranças formaram uma barreira e fecharam a entrada do Centro de Convenções.
Desde às 13h, militares e bombeiros se concentraram na praça do Derby, na região central do Recife, local onde fica localizado o quartel-geral da corporação. Sempre entoando palavras de ordem, a categoria seguiu em passeata pela avenida Agamemon Magalhães rumo ao Centro de Convenções. No caminho à sede do Governo, os cerca de 500 profissionais presentes se uniram aos policiais civis e agentes penitenciários - que seguiram pela avenida Norte -, participantes do ato da campanha nacional, que poderá culminar em uma greve geral das categorias, no próximo dia 7 de setembro.
Munidos de apito, nariz de palhaço, carro de som e vestidos de preto, os agentes penitenciários se reuniram em frente à sede da Secretaria Executiva de Ressocialização (Seres), na Rua do Hospício. O encontro das três categorias aconteceu próximo ao viaduto da Avenida Norte.
Os policiais civis reclamam de sucateamento dos equipamentos, baixo efetivo e pedem aumento das gratificações por risco de vidas, além de ganho salarial. Já os militares lutam pela aprovação das PECs 300 e 102. A primeira visa a criação de um piso salarial nacional para os agentes civis e para os policiais e bombeiros militares, enquanto a última quer desmilitarizar a PM. Segundo o Sinpol, a greve nacional pode ser deflagrada caso o Congresso Nacional não aprove a Proposta de Emenda Constitucional 300.
Assim como os civis, os agentes penitenciários reclamam do baixo efetivo da categoria. De acordo com a classe, há aproximadamente 30 mil presos no sistema carcerário do Estado, sob a responsabilidade de apenas 1,4 mil agentes. Comparando com a Paraíba - segundo dados do sindicato dos agentes -, por exemplo, há 8 mil detentos e 1,8 mil profissionais de segurança atuando nos presídios.
A Associação de Praça, Policiais e Bombeiros Militares de Pernambuco alegou que o Governo do Estado teria exigido que os policiais que largam as 13h permanecessem de prontidão durante o ato desta quinta-feira. O objetivo, segundo a categoria, é enfraquecer a participação da PM no movimento. "É uma tristeza que isso aconteça. Os comandantes dos batalhões pediram para que os policiais ficassem de prontidão", lamentou o sargento Ricardo Lima, presidente da instituição que representa os militares.
Fonte-folha