quarta-feira, 10 de agosto de 2011

REVISTA REALIZADA NO PRESÍDIO DE IGARASSU ENCONTRA FACAS E CELULARES


DURANTE UMA REVISTA DE ROTINA REALIZADA NO PRESÍDIO DE IGARASSU NA REGIÃO METROPOLITANA DO RECIFE, AGENTES PENITENCIÁRIOS ENCONTRARAM FACAS, CELULARES E MUITO CRACK.
TODO MATERIAL FOI ENCONTRADO NOS PAVILHÕES “B” E “D” DAQUELA UNIDADE PRISIONAL.

VEJA AS FOTOS:






Os novos Agentes Penitenciários serão nomeados em setembro



Os detentos do presídio Aníbal Bruno, no Recife, vão ser separados de acordo com a gravidade do crime que cometeram. A medida é uma tentativa de melhorar a administração do presídio, que está passando por uma ampliação.

As obras começaram há dois anos no maior presídio de Pernambuco, que está sendo dividido em três. O objetivo é tornar menos complexa a administração do dia a dia de 4,8 mil homens num espaço criado para 1,4mil - em dia de visita, a unidade chega a ter 20 mil pessoas.

A maior unidade, que ainda não tem o nome definido, abrigará 2.767 presos; outra, que se chamará presídio Marcelo Francisco de Araújo, comportará 1.189 detentos; o menor vai ser o presídio Frei Damião de Bozzano, com 901 presos. Ainda não se sabe em qual delas ficarão os mais detentos perigosos.

Cada presídio do complexo penitenciário terá sua própria direção. A gerência de operações de segurança, responsável por transferência, escolta e custódia, também vai ficar no local. Os presos vão usar uniforme laranja e os agentes, roupa preta. Ao todo, serão 235 agentes, que deverão ser nomeados em setembro, de acordo com a Secretaria de Ressocialização. Assim que isso acontecer, os presos deverão ser relocados. E, entre eles, não deverá haver mais chaveiros de celas – aqueles presos que cuidam da segurança interna de cada cela.

“O nosso planejamento e a nossa gestão é para esse caminho, principalmente com a nomeação de novos agentes penitenciários. Vindo esses novos agentes, para fazer a guarda interna, vai fortalecer a gestão da unidade prisional”, acredita o coronel Romero Ribeiro (foto 5), secretário executivo de Ressocialização.

A previsão da Secretaria é que as três unidades estejam funcionando até o fim de setembro. Obras de áreas adjacentes como enfermarias e escolas, devem ser finalizadas até dezembro.

Agentes Penitenciários de Pernambuco não convocados protestam

Veja o vídeo:


Governo de Pernambuco deixa presídio ser comandado por reclusos ligados a grupos de extermínio:
OS CHAVEIROS



Um grupo de presidiários, conhecido como “milícia dos chaveiros”, administra os pavilhões do Presídio Aníbal Bruno, em Pernambuco, segundo denúncias de organizações de defesa dos direitos humanos encaminhadas à Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH) e Organização dos Estados Americanos (OEA) em junho. Os chamados chaveiros são presos que desempenham função de agentes de segurança e recebem autorização para supervisionar e controlar pavilhões inteiros.

“Os chaveiros representam a deformidade administrativa do sistema prisional no estado de Pernambuco e fomentam a violência no espaço prisional com autorização do estado”, diz o documento encaminhado à OEA ao qual a Agência Brasil teve acesso.

De acordo com as organizações de defesa dos direitos humanos, os chaveiros determinam quem pode ou não negociar drogas. Além disso, eles aplicam castigos e decidem quem deve ser encaminhado para os setores de atendimento médico, jurídico e psicossocial. Segundo a petição, os chaveiros são presos acusados de pertencerem a grupos de extermínios.

O documento encaminhado à OEA é assinado por organizações de direitos humanos – Pastoral Carcerária, Serviço Ecumênico de Militância nas Prisões (Sempri), Justiça Global e Clínica Internacional de Direitos Humanos da Universidade de Harvard – e denuncia também as numerosas mortes violentas, torturas, agressões e ameaças sofridas por detentos em Pernambuco. “O Presídio Aníbal Bruno funciona na base da violência”, afirmam as organizações.

A reportagem da Agência Brasil entrou em contato com o governo de Pernambuco e aguarda uma resposta da Secretaria de Defesa Social.

Atualmente, 4,8 mil homens vivem em um espaço designado para cerca de 1,4 mil. Essa realidade, embora seja comum em muitas penitenciárias brasileiras, chama a atenção, no caso de Pernambuco, pelos altos índices de morte de presos. De acordo com o documento, desde janeiro de 2008, pelo menos 94 presos do Aníbal Bruno morreram, sendo que 52 dessas mortes ocorreram de forma violenta.

“As mortes violentas, somadas à prática sistemática de tortura e à negligência médica relativa a graves problemas de saúde, evidenciam uma situação de extrema gravidade e urgência em razão dos danos irreparáveis sofridos pelas pessoas no Presídio Aníbal Bruno”, diz o documento.

Em setembro de 2010, integrantes das organizações estiveram reunidos com representantes da Vara de Execução Penal de Recife para apresentar as denúncias de homicídios, torturas e graves problemas de saúde no presídio. Em janeiro de 2011, uma carta foi encaminhada às mesmas autoridades solicitando providências relativas aos presos com graves problemas de saúde e às queixas sobre a falta de assistência jurídica. Porém, o estado não se manifestou em relação às denúncias.

A prática de tortura é comum, segundo relatos de presos ouvidos por integrantes dessas organizações. Existem denúncias do uso de balas de borracha e spray de pimenta sem regulamentação oficial durante as agressões. “Agentes penitenciários fazem uso destas armas sem nenhuma restrição porque consideram como um método de tortura autorizado pelo estado”, diz o documento.

Além da violência, a situação de saúde dos presos no Presídio Aníbal Bruno é “deplorável”, segundo as organizações. Presos com ferimentos graves ou que foram diagnosticados com tuberculose e doenças sexualmente transmissíveis, por exemplo, são mantidos em um pavilhão separado. No entanto, eles não recebem tratamento médico adequado. “Medicação é fornecida tão-somente aos presos com tuberculose. Presos com ferimentos visíveis e doenças graves passam meses no pavilhão sem receber qualquer tratamento. O risco de infecção entre os presos é, sem dúvida, extremamente alto”, aponta a petição.


Fonte – Agência Brasil