segunda-feira, 8 de novembro de 2010

Presos mantém três agentes reféns em presídio de São Luís

Cerca de 200 presos mantêm três agentes penitenciários reféns no Presídio de São Luís, localizado no Complexo Penitenciário de Pedrinhas, nesta segunda-feira (8). De acordo com a Secretaria de Segurança Pública do Maranhão, três presos teriam sido mortos no local por outros detentos.

A rebelião teve início após o descuido de um agente penitenciário durante a revista. Presos conseguiram dominar o funcionário e tomar a arma dele, que acabou sendo baleado. Ele foi liberado pelos detentos e está internado em hospital.

Segundo a Secretaria de Segurança, o presídio está cercado por homens da Tropa de Choque. Representantes da Polícia Militar e do governo estão no local e negociam com os presos. Por enquanto, os detentos não fizeram nenhuma reivindicação.


Fonte - globo

Calem a boca, nordestinos!


A eleição de Dilma Rousseff trouxe à tona, entre muitas outras coisas, o que há de pior no Brasil em relação aos preconceitos. Sejam eles religiosos, partidários, regionais, foram lançados à luz de maneira violenta, sádica e contraditória.

Já escrevi sobre os preconceitos religiosos em outros textos e a cada dia me envergonho mais do povo que se diz evangélico (do qual faço parte) e dos pilantras profissionais de púlpito, como Silas Malafaia, Renê Terra Nova e outros, que se venderam de forma absurda aos seus candidatos. E que fique bem claro: não os cito por terem apoiado o Serra? outros pastores se venderam vergonhosamente para apoiarem a candidata petista. A luta pelo poder ainda é a maior no meio do baixo-evangelicismo brasileiro.

Mas o que me motivou a escrever este texto foi a celeuma causada na internet, que extrapolou a rede mundial de computadores, pelas declarações da paulista, estudante de Direito, Mayara Petruso, alavancada por uma declaração no twitter: ?Nordestino não é gente. Faça um favor a SP, mate um nordestino afogado!?.

Infelizmente, Mayara não foi a única. Vários outros ?brasileiros? também passaram a agredir os nordestinos, revoltados com o resultado final das eleições, que elegeu a primeira mulher presidentE ou presidentA (sim, fui corrigido por muitos e convencido pelos ?amigos? Houaiss e Aurélio) do nosso país.

E fiquei a pensar nas verdades ditas por estes jovens, tão emocionados em suas declarações contra os nordestinos. Eles têm razão!

Os nordestinos devem ficar quietos! Cale a boca, povo do Nordeste!

Que coisas boas vocês têm pra oferecer ao resto do país?

Ou vocês pensam que são os bons só porque deram à literatura brasileira nomes como o do alagoano Graciliano Ramos, dos paraibanos José Lins do Rego e Ariano Suassuna, dos pernambucanos João Cabral de Melo Neto e Manuel Bandeira, ou então dos cearenses José de Alencar e a maravilhosa Rachel de Queiroz?

Só porque o Maranhão nos deu Gonçalves Dias, Aluisio Azevedo, Arthur Azevedo, Ferreira Gullar, José Louzeiro e Josué Montello, e o Ceará nos presenteou com José de Alencar e Patativa do Assaré e a Bahia em seus encantos nos deu como herança Jorge Amado, vocês pensam que podem tudo?

Isso sem falar no humor brasileiro, de quem sugamos de vocês os talentos do genial Chico Anysio, do eterno trapalhão Renato Aragão, de Tom Cavalcante e até mesmo do palhaço Tiririca, que foi eleito o deputado federal mais votado pelos? pasmem? PAULISTAS!!!

E já que está na moda o cinema brasileiro, ainda poderia falar de atores como os cearenses José Wilker, Luiza Tomé, Milton Moraes e Emiliano Queiróz, o inesquecível Dirceu Borboleta, ou ainda do paraibano José Dumont ou de Marco Nanini, pernambucano.

Ah! E ainda os baianos Lázaro Ramos e Wagner Moura, que será eternizado pelo ?carioca? Capitão Nascimento, de Tropa de Elite, 1 e 2.

Música? Não, vocês nordestinos não poderiam ter coisa boa a nos oferecer, povo analfabeto e sem cultura?

Ou pensam que teremos que aceitar vocês por causa da aterradora simplicidade e majestade de Luiz Gonzaga, o rei do baião? Ou das lindas canções de Nando Cordel e dos seus conterrâneos pernambucanos Alceu Valença, Dominguinhos, Geraldo Azevedo e Lenine? Isso sem falar nos paraibanos Zé e Elba Ramalho e do cearense Fagner?

E Não poderia deixar de lembrar também da genial família Caymmi e suas melofias doces e baianas a embalar dias e noites repletas de poesia?

Ah! Nordestinos?

Além de tudo isso, vocês ainda resistiram à escravatura? E foi daí que nasceu o mais famoso quilombo, símbolo da resistência dos negros á força opressora do branco que sabe o que é melhor para o nosso país? Por que vocês foram nos dar Zumbi dos Palmares? Só para marcar mais um ponto na sofrida e linda história do seu povo?

Um conselho, pobres nordestinos. Vocês deveriam aprender conosco, povo civilizado do sul e sudeste do Brasil. Nós, sim, temos coisas boas a lhes ensinar.

Por que não aprendem conosco os batidões do funk carioca? Deveriam aprender e ver as suas meninas dançarem até o chão, sendo carinhosamente chamadas de ?cachorras?. Além disso, deveriam aprender também muito da poesia estética e musical de Tati Quebra-Barraco, Latino e Kelly Key. Sim, porque melhor que a asa branca bater asas e voar, é ter festa no apê e rolar bundalelê!

Por que não aprendem do pagode gostoso de Netinho de Paula? E ainda poderiam levar suas meninas para ?um dia de princesa? (se não apanharem no caminho)! Ou então o rock melódico e poético de Supla! Vocês adorariam!!!

Mas se não quiserem, podemos pedir ao pessoal aqui do lado, do Mato Grosso do Sul, que lhes exporte o sertanejo universitário? coisa da melhor qualidade!

Ah! E sem falar numa coisa que vocês tem que aprender conosco, povo civilizado, branco e intelectualizado: explorar bem o trabalho infantil! Vocês não sabem, mas na verdade não está em jogo se é ou não trabalho infantil (isso pouco vale pra justiça), o que importa mesmo é o QUANTO esse trabalho infantil vai render. Ou vocês não perceberam ainda que suas crianças não podem trabalhar nas plantações, nas roças, etc. porque isso as afasta da escola e é um trabalho horroroso e sujo, mas na verdade, é porque ganha pouco. Bom mesmo é a menina deixar de estudar pra ser modelo e sustentar os pais, ou ser atriz mirim ou cantora e ter a sua vida totalmente modificada, mesmo que não tenha estrutura psicológica pra isso? mas o que importa mesmo é que vão encher o bolso e nunca precisarão de Bolsa-família, daí, é fácil criticar quem precisa!

Minha mensagem então é essa: ? Calem a boca, nordestinos!

Calem a boca, porque vocês não precisam se rebaixar e tentar responder a tantos absurdos de gente que não entende o que é, mesmo sendo abandonado por tantos anos pelo próprio país, vocês tirarem tanta beleza e poesia das mãos calejadas e das peles ressecadas de sol a sol.

Calem a boca, e deixem quem não tem nada pra dizer jogar suas palavras ao vento. Não deixem que isso os tire de sua posição majestosa na construção desse povo maravilhoso, de tantas cores, sotaques, religiões e gentes.

Calem a boca, porque a história desse país responderá por si mesma a importância e a contribuição que vocês nos legaram, seja na literatura, na música, nas artes cênicas ou em quaisquer situações em que a força do seu povo falou mais alto e fez valer a máxima do escritor: ?O sertanejo é, antes de tudo, um forte!?

Que o Deus de todos os povos, raças, tribos e nações, os abençoe, queridos irmãos nordestinos!

Por José Barbosa Junior

OAB entra com representação criminal contra Mayara Petruso


Após ser denunciada pela própria OAB de Pernambuco, agora a estudante de direito enfrenta o julgamento social entre os próprios entes com quem um dia dividiu as opiniões pelas quais deve pagar caro agora perante o Brasil.

A estudante de Direito Mayara Petruso, que ofendeu nordestinos em seu perfil no Twitter, foi dispensada de seu estágio no escritório de advocacia Peixoto e Cury Advogados. A mensagem "Nordestino não é gente. Faça um favor a SP, mate um nordestino afogado!" repercutiu na web e a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), seção Pernambuco, entrou com uma representação criminal contra a estudante. Com a repercussão negativa, a empresa decidiu dispensar Mayara, informa a Info Online.

"O Peixoto e Cury Advogados confirma que a estudante de Direito, Mayara Petruso foi sua estagiária, porém, não faz mais parte dos quadros do escritório. Com muito pesar e indignação, lamenta a infeliz opinião pessoal emitida, em rede social, pela mesma, da qual apenas tomou conhecimento pela mídia e que veemente é contrário, deixando, assim, ao crivo das autoridades competentes as providências cabíveis", diz a nota divulgada pelo escritório.

Veículo Aéreo Não Tripulado faz primeira missão no Brasil




Três anos após experiências de uso de aeronaves não tripuladas na missão de paz no Haiti, o Exército fez ontem o primeiro teste em larga escala de seu Vant (Veículo Aéreo Não Tripulado), em uma missão simulada de defesa do território nacional.

Ele é um avião de controle remoto usado para reconhecer terreno e identificar alvos para armas de artilharia, segundo o major Ademir Rodrigues Pereira, do Centro Tecnológico do Exército (CTEx).

Ontem, três Vants simularam este trabalho no Exercício Agulhas Negras, a maior manobra realizada pelo Exército no Sudeste em 2010. Nela, 4.500 militares simularam a defesa da região contra um hipotético exército de invasão estrangeiro.

Diferente da Polícia Federal, que comprou um Vant produzido em Israel para patrulhamento de fronteiras, o avião do Exército foi desenvolvido no Brasil.

O primeiro projeto começou em 2004 e foi coordenado pelo Ministério da Defesa. Mas, no início de 2007, o Vant ainda não estava pronto para missões reais. Por isso, as tropas brasileiras da ONU adaptaram câmeras de vídeo em aeromodelos para sobrevoar a favela de Citè Soleil - que abrigava o último grupo rebelde do Haiti.

Os aviões fizeram dezenas de missões de identificação de atiradores, barricadas e fossos antitanque. "Eles tinham também um compartimento acionado por controle remoto que usávamos para jogar panfletos de propaganda que davam avisos e explicavam para a população o trabalho da ONU", afirmou o coronel da reserva Cláudio Barroso Magno, que comandou do batalhão brasileiro da Organização das Nações Unidas (ONU) no Haiti.

Esses aviões "artesanais" não possuíam grande autonomia de voo ou sistemas de GPS e de piloto automático. "Não eram aviões operacionais militares. Nós os usávamos para obter um resultado psicológico, para eles (rebeldes e criminosos) saberem que os estávamos observando", explicou o general Carlos Alberto dos Santos Cruz, comandante da Segunda Região Militar. Segundo ele, a primeira geração do Vant desenvolvida pelo Exército ficou pronta ainda em 2007 e exemplares chegaram a ser usados em testes no Rio Grande do Sul e no Haiti, porém, quando não havia mais grandes combates no País.