terça-feira, 17 de novembro de 2009

Aníbal Bruno será dividido

O Governo de Pernambuco encontrou, finalmente, uma solução para minimizar o problema de superlotação do Presídio Professor Aníbal Bruno (PPAB), no Sancho, Recife. A alternativa foi “fatiar” o atual presídio, dividindo o espaço em três unidades prisionais independentes e com gestões próprias. Cada uma terá capacidade para receber até 1,3 mil presos. O custo é da ordem de R$ 20 milhões, sendo 50% desembolsado pelo Estado e 50% via Governo Federal, através do Ministério da Justiça. A verba já encontra-se em caixa. A previsão é de que as obras sejam concluídas em junho de 2010. Com o serviço, segundo o secretário executivo de Ressocialização, coronel Humberto Vianna, a estimativa é abrigar mais 600 presos, totalizando quase quatro mil vagas. Além disso, com a separação, serão criados cerca de 500 novos postos de trabalho.


A decisão de “repartir” o PPAB partiu de um estudo realizado pela Secretaria Executiva de Ressocialização (Seres), onde apontou a necessidade de diminuir a quantidade de presos em um único espaço. “Quando se divide a segurança de quatro mil detentos, fica mais fácil garantir a proteção das pessoas que vem ao presídio. O formato antigo, que deixa todos os presos juntos, facilitava a realização de tumultos e rebeliões”, explicou o coronel Humberto Viana. O último motim registrado naquele presídio aconteceu em janeiro de 2008, culminando com a morte de duas pessoas e deixando 11 feridas.



Na primeira etapa da reforma, as três unidades serão repartidas em setores: uma externa, contendo a adminstração, áreas de revista, alojamentos para guardas internos e externos e guaritas de proteção; uma intermediária, com os módulos de triagem, disciplinas, serviços, ensino, oficinas, enfermaria, laborterapia e atendimento social; e uma interna, com os pavilhões, refeitórios e quadras poliesportivas.



Além disso, será edificada uma muralha de seis metros de altura com quase um quilômetro de extensão que vai separar as unidades. Após a conclusão dessa fase, serão construídos três novos pavilhões, que, somados aos atuais, totalizarão 20. Cada unidade prisional terá também uma quadra poliesportiva, salas de aula e consultórios médicos, além de espaços para desenvolver trabalhos remunerados pelos detentos. A Unidade 3 vai abrigar um módulo de ensino, com quatro salas de aula e uma biblioteca.



Com a nova configuração do PPAB, a divisão dos presos poderá ser feita por faixa etária, tipificação criminal ou até mista, de acordo com a Seres. O secretário de Ressocialização não adiantou como será feita a divisão. Humberto Viana informou que há a possibilidade de utilizar parte dos presos como mão de obra na reforma. “Conversamos com a empresa contratada e avançamos com a intenção. Mas, por enquanto, não tem nada formalizado”, disse Humberto Viana.

Fonte - folhape